No ano em que o país celebra 50 anos de liberdade e democracia, o FATAL vai a cena pela 23.ª vez. São 23 anos de resistência irrequieta, de uma criatividade sem limites, mas, sobretudo, de Liberdade. O FATAL é e será um espaço de Liberdade!
Liberdade para pensar, estar, ser e crescer, enquanto estudante e cidadão que observa o mundo de forma crítica.
Em 2024 recebemos, com muito orgulho e emoção, um elevado número de candidaturas, com Grupos de Teatro Académico que se desdobram na criação de vários espetáculos, dando provas de revitalização, de energia e força.
De 16 a 25 de maio contamos com a apresentação de 15 espetáculos, repartidos pelas três categorias do Festival: Em COMPETIÇÃO, MAIS FATAL e FATAL CONVIDA. Haverá também espaço e tempo para OUTRAS CENAS, com atividades em família, retomando uma vez mais o FATAL KIDS. Também a parceria com o Movimento de Expressão Fotográfica se mantém, com mais uma Oficina de Fotografia de Teatro.
E como não poderia deixar de ser festejamos também abril com a conferência-performance de Ricardo Correia: “Teatro Universitário Português: Uma Poética de Resistência”.
Pelos seus 75 anos de atividade ininterrupta, o FATAL homenageia o TUP. Uma existência que tem vindo a abraçar a modernidade, através de iniciativas que vão muito além do curso bianual de iniciação ao Teatro. O TUP é um exemplo de resistência, constante reinvenção e ligação à atualidade.
LER MAISEm Abril, a maioria dos grupos de teatro académico estuga o passo dos ensaios, enche depósitos, carrega no acelerador. O culminar de muitos meses de trabalho, muitas semanas de dedicação, muitas horas de reflexão será em Maio. Para alguns desses grupos, o FATAL será o momento em que serão confrontados com a exposição pública, o momento em que terão oportunidade de mostrar as suas inquietações, os seus sonhos, as suas propostas. O teatro cumprirá, para todos eles e para nós, aquilo a que sempre se propôs: dar a ver o que é um ser humano, tomar o pulso à sociedade que edificamos todos os dias.
E nos últimos 50 anos, o que construímos? Inevitavelmente, essa foi uma das perguntas que alguns grupos fizeram. A revolução de Abril foi tema omnipresente de muitas das propostas cénicas. Alguns escolheram o período ditatorial antes do 25 de Abril para falarem dos dias de hoje, pesquisaram, dramatizaram; outros escolheram o período da democracia para analisar o que vamos realizando. Outros ainda, olharam para a faixa de Gaza e para o conflito perene que vemos desenrolar-se diante dos nossos olhos todos os dias. O que é o terrorismo de Estado? O que é a resistência de um povo? O que podemos aprender com estas tragédias?
Há 25 séculos, sensivelmente, Ésquilo escrevia aquela que é considerada a primeira peça de teatro: os Persas. Um relato quase jornalístico de uma batalha recente, mas com uma importante diferença: a perspetiva do lado do povo derrotado. Ésquilo, também soldado grego dessa batalha, escreve uma tragédia onde tenta entender o que se passou na cabeça dos derrotados persas. Ésquilo percebeu, e desenvolveu mais tarde em Oresteia, que aquilo que precisamos para resolver conflitos é pormo-nos na cabeça do inimigo, experimentarmos a empatia, só isso nos torna humanos, o resto é a perpetuação da selvajaria.
É essa procura de sentido que os grupos de teatro académico trabalham diariamente.
Aprender a viver com o outro, onde é que ele acaba e eu começo? A juventude, cheia de esperanças e inexperiência, coloca perguntas em cima da mesa, faz nascer revoluções todos os dias. Cada um dos participantes nestes espetáculos carregará consigo o inefável brilho do instante teatral, o inexorável alcance da poesia cénica, o valor e o peso de cada palavra. Cada um deles aprenderá e mostrar-nos-á que o teatro não é só a festa dos sentidos e a alegria de estar vivo, como também o local onde todos fazem a revolução - e como as ditaduras sabem disso!
No concurso deste ano, a escolha dos grupos para o prémio FATAL foi particularmente difícil devido à melhoria geral da qualidade das propostas. Por isso, os grupos escolhidos para a categoria EM COMPETIÇÃO são desta vez 7: (NNT, CITAC, GTN, GTIST, mISCuTEm, GTL e TUP).
Em todos estes grupos, constatámos o sempre difícil equilíbrio entre poesia e política, delicadeza e urgência, dedicação e arrojo.
Em todos eles, o prazer pelo pormenor, a sabedoria de que cada presença, cada gesto, cada palavra, cada som, são tão importantes como cada respiração, cada silêncio, cada ausência.
Para além destes 7 grupos, muitos outros apresentarão os seus trabalhos no FATAL. O Festival de Teatro Académico de Lisboa não se esgota nos prémios que atribui; a nossa democracia de 50 anos precisa de teatro para florescer; a revolução de Abril festeja-se em Maio.
Viva o Teatro Académico.
Paula Garcia
Pedro Marques
Pedro Saavedra
Na sua 23.ª edição, o FATAL traz Outras Cenas a vários espaços da cidade.
Garantimos: em maio não encontram Outras Cenas mais interessantes para fazer.
Conferência/Performance
Ricardo Correia
Auditório da Cantina Velha
Alameda da Universidade
1649-004 Lisboa
Metro: Cidade Universitária (linha amarela)
Carris: 731, 735, 738, 755, 764, 768
Campo Grande 18
1700-162 Lisboa
Metro: Campo Grande (linha amarela/verde)
Carris: 207, 701, 717, 731, 736, 750, 755, 767, 798
Junta de Freguesia de Benfica
Avenida Gomes Pereira, 17
1549-019 Lisboa
Carris: 716C, 724, 750, 784
Avenida de António José de Almeida
1049-001 Lisboa
Metro: Saldanha (linha amarela), Alameda (linha verde/vermelha)
Carris: 712, 714, 727, 732, 738, 751, 756, 760, 724, 720, 742
Os espetáculos são de entrada livre mas sujeitos à lotação da sala.
Os pedidos de reserva devem ser realizados através do email fatal@campus.ul.pt até às 13:00 do dia do espetáculo. As reservas carecem de confirmação.
As portas abrem 60 mins antes do espetáculo, e o levantamento dos convites deverá ser realizado até 30 mins antes do início do mesmo.
Para a 23.ª edição do FATAL, foram selecionados 7 espetáculos para integrar a categoria de competição.
Graças ao patrocínio da Câmara Municipal de Lisboa, o FATAL concede, uma vez mais, dois prémios com vertente pecuniária: O Prémio FATAL distingue o melhor espetáculo e o Prémio FATAL – Cidade de Lisboa consagra o espetáculo mais inovador.
O Prémio FATAL do público é atribuído ao espetáculo que obtém a mais alta classificação dos espetadores do Festival.
A cerimónia de entrega de prémios desta edição decorreu no dia 7 de junho, pelas 17h00, no Auditório da Cantina Velha.
NNT - Novo Núcleo de Teatro
CITAC - Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra
GTIST – Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico
GTFUL – Grupo de Teatro dos Funcionários da ULisboa
Dalila Rodrigues
Ministra da Cultura
Rui Pina Coelho
Diretor do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da ULisboa
Diogo Moura
Vereador da Câmara Municipal de Lisboa
António Feijó
Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian
Elmano Margato
Presidente do Instituto Politécnico de Lisboa
Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus da Universidade do Porto
PRESIDENTE:
Cláudia Matos
Em representação da Câmara Municipal de Lisboa
Pedro Goulão
Dramaturgo
Teresa Faria
Em representação do Centro de Estudos de Teatro
David Antunes
Em representação da Escola Superior de Teatro e Cinema