Até 1999, a cidade de Lisboa não tinha ainda tido o seu Festival de Teatro Universitário, tal como acontece em todas as cidades universitárias, por esse mundo fora. Da iniciativa e com a coordenação da Reitoria da Universidade de Lisboa, o I Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa – FATAL’99, teve a ousadia de ser a primeira mostra do género na cidade de Lisboa e um dos seus principais objectivos foi, desde logo, assumir-se como uma referência cultural dirigida a toda a comunidade.
O FATAL’99 teve uma ampla divulgação, uma interessada e vasta cobertura por parte de diversos órgãos de comunicação social. O seu impacte no seio dos grupos de teatro nacional foi considerável, tendo reunido mais de 200 jovens de toda a academia de Lisboa, como actores, encenadores, técnicos e colaboradores. Confirmaram-se as expectativas: o FATAL foi uma experiência muito positiva para os diversos grupos, que granjearam o reconhecimento por parte da crítica, das diversas entidades envolvidas e do público, possibilitando, por fim, o necessário intercâmbio de experiências.
Estimulado pelo sucesso da sua primeira edição, o FATAL 2000 resolveu alargar o seu âmbito, convidando grupos de teatro universitário de todo o país e de Espanha a integrar a programação. O Festival realizou-se na belíssima sala do Teatro da Trindade, em Junho de 2000. Ao reunir 15 peças, 2000 espectadores e cerca de 400 jovens universitários, esta segunda edição constituiu-se como o maior festival de teatro universitário em Portugal e um acontecimento cultural ímpar na cidade de Lisboa.
Por razões de produção, o FATAL 2001 circunscreveu o seu âmbito à Cidade Universitária e aos grupos de teatro da casa. O Festival concentrou-se na primeira semana de Dezembro, espalhando-se pelas pequenas salas dos vários grupos da Universidade de Lisboa. Muito concorrido, como nos anos anteriores, as lotações esgotaram e as críticas primaram pela positiva. No final, mecenas, actores, técnicos, organizadores e público cearam e confraternizaram no espaço amplo da Cantina Velha, encerrando deste modo o Festival. Ainda que pequena, esta terceira edição confirmou, mais uma vez, a qualidade do teatro que se pratica no seio da Universidade.
O FATAL 2003 alcançou o maior número de espectadores de sempre, mais de 2500 pessoas em duas semanas. Regressado, nesta quarta edição, ao seu grande formato, o FATAL trouxe ao palco do Maria Matos Teatro Municipal, durante o mês de Março, 15 grupos de teatro académico provindos de 9 universidades portuguesas, contando com a participação especial do Teatro Maricastaña da Universidade de Vigo. Neste ano, a organização dinamizou o convívio e a discussão, estreando as Tertúlias no bar do Maria Matos, após o espectáculo, com actores, público e convidados. Envolvendo mais de 200 estudantes na organização, o Festival voltou a marcar a vida cultural universitária portuguesa, dando um forte contributo no sentido de colocar Lisboa no mapa das novas geografias do teatro universitário.
Duas das grandes vitórias do FATAL 2004 foram, sem dúvida, a atenção finalmente conquistada das televisões e o reconhecimento institucional da importância e da qualidade do Festival consubstanciado numa Comissão de Honra, presidida por Sua Excelência o Presidente da República. Notável coroamento de cinco anos de empenho e persistência! Esta quinta edição do Festival alcançou, também, a maior representatividade institucional de sempre, contando com a participação de 10 universidades, duas delas espanholas, e um instituto politécnico, numa programação apresentada por um total de 13 grupos. Além das Tertúlias, de êxito crescente, no foyer-café do Maria Matos Teatro Municipal, a organização encerrou o Festival, pela primeira vez, com uma Festa Fatal no Santiago Alquimista. Continuando com um público fiel na ordem dos dois milhares, o FATAL afirmou-se como o Festival de Teatro Universitário mais cosmopolita, de maior dimensão e com maior representatividade institucional da Península Ibérica.
Este foi o ano do big bang da programação paralela. Apresentando um total de 40 acontecimentos, a 6ª edição do FATAL alargou o âmbito da sua programação para as áreas da Formação – com os Debates e Workshops na Culturgest – e da Animação Urbana – com as Performances de Teatro Erótico nos Bares do Bairro Alto. Um êxito inesperado que atraiu as câmaras de diversos canais de televisão e foi assistido por milhares de espectadores. O mérito do FATAL conduziu, finalmente, à assinatura de um protocolo entre a Universidade de Lisboa e o INATEL, acordo que permitiu a criação de uma nova sala de teatro, o Teatro da Politécnica, estabelecendo esta como sala de acolhimento definitiva do Festival. Um salto que criou as condições de consolidação e de futura internacionalização de um Festival que ocupa, já, um lugar de destaque no circuito cultural lisboeta.
A maior edição de sete anos de Festival. Vinte dias consecutivos de teatro, performances, espectáculos site specific, incluindo uma masterclass com Luís Miguel Cintra e vários workshops e conferências na Culturgest, a 7ª edição do FATAL dinamizou ainda mais locais de Lisboa, chamando a atenção de milhares de transeuntes e automobilistas com a instalação urbana Álvaros & Chairs na Cidade Universitária. O êxito crescente do FATAL levou à apresentação de duas Mostras FATAL em Vila Nova de Foz Côa e à criação e atribuição de prémios, em parceria com a REN e a Câmara Municipal de Lisboa, destacando e homenageando, desta forma, a qualidade e a criatividade do Teatro Universitário Português. Um Festival que envolve cada vez mais instituições e pessoas, não parando de se alargar em novas e bem sucedidas manifestações culturais.
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Ao fim de 8 anos, o FATAL orgulha-se, como maior festival de teatro da capital, de já ter trazido e mostrado ao grande público de Lisboa 40 dos 45 grupos existentes no país, ou seja, praticamente todo o Teatro Universitário português. Destaque para a participação, pela primeira vez, de um grupo de teatro universitário francês, que fez uma candidatura espontânea o que constitui um passo definitivo para a internacionalização do festival. O FATAL apresentou peças de teatro, performances, espectáculos site specific, um workshop com Jean Paul Bucchieri e a Primeira Exposição de Fotografia cénica do festival, “Fatalidades”, com obras da autoria das fotógrafas Ana Rojas, Cláudia Dâmaso e Sofia Quintas. A 8ª edição do FATAL contou ainda com a adesão de mais de 2000 espectadores e prolongou a relação com as artes plásticas através da instalação urbana Zigurate & Álvaros & Chairs na Cidade Universitária e no Teatro da Politécnica. O êxito crescente do FATAL levou à apresentação da II Mostra fora da capital, com dois espectáculos em Vila Nova de Foz Côa e à criação de um blog com notícias, textos e comentários alusivos ao teatro universitário.
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O laboratório de dramaturgia que é o Fatal, podemos afirmar que em 2008 atingiu a sua maioridade, apresentando na sua multidisciplinar programação o maior e mais diversificado número de actividades de todas as edições. O Fatal envolveu 26 grupos de teatro universitário e o número de apresentações atingiu um record: 43 (incluindo as peças no Teatro da Politécnica, as peças site specific, performances e concertos); alargou-se a programação para duas novas áreas - a música e a dança - com a estreia nacional da Missa Tiburtina, interpretada pelo Coro da Universidade de Lisboa e as performances de dança. Dos mais de 2000 espectadores de sala, 72% do público considerou a programação “Muito Boa” e “Excelente”. A formação concretizou-se em dois workshops (“Fotografia de Teatro” e “Crítica de Teatro”) e, também numa Conferência-Debate “Teatro e Direito”. Lançou-se a Revista Fatal, projecto editorial anual que ambiciona dar voz ao Teatro Universitário – neste primeiro número, procurámos recuperar parte da memória do Teatro Universitário português. Deu-se início a um ciclo de homenagens a personalidades importantes do Teatro Universitário, dedicando a 9ª edição do FATAL ao Professor Malaquias de Lemos, fundador do Cénico de Direito, grupo com mais de 50 anos de existência. Criou-se o cargo de presidente honorário do júri, aceite por uma das personalidades mais ilustre da cultura portuguesa - que muito tem estimulado este festival - Ruy de Carvalho. Deu-se voz ao público pela primeira vez, para eleger o seu espectáculo, através do Prémio do Público, instituído com o apoio do jornal Público. Finalmente, a organização criou no seu plano de actividades, uma programação ao longo do ano de Teatro Universitário sob a chancela de FATAL Outras Cenas, com especial incidência nas áreas de formação e da itinerância dos espectáculos, levando ao D. Maria II as peças premiadas, a Foz Côa a sua 3ª mostra, organizando com a CML o Dia Mundial do Teatro e produzindo uma exposição no museu do teatro e workshops. Na área da promoção houve um óptimo acolhimento da imprensa a nível universitário, uma explosão em registos na Internet e um interesse acrescido pelo festival por parte de meios de comunicação social variados. Não houve um roteiro cultural português que tenha deixado o FATAL de lado. A organização do Festival foi um espaço de formação cada vez mais procurado, tendo acolhido um maior número de voluntários e estagiários.
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A cidade de Lisboa foi novamente palco do maior festival de teatro universitário do país, que, entre 5 e 29, no Teatro da Comuna e noutros locais da capital, comemorou o seu 10º aniversário. A edição de 2009 recebeu o generoso sinal de reconhecimento da importância do Festival e do Teatro Universitário Português com a presença de José Saramago e Manoel de Oliveira na Comissão de Honra, entre outras personalidades. Na Apresentação Pública & Café-Teatro, em final de Abril, homenageou-se Paulo Quintela, fundador do TEUC- Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, o grupo mais antigo da Europa, com 70 anos de actividade contínua, com a participação de José Carlos Vasconcelos, antigo membro do grupo, dos Coros Dramáticos da Associação de Antigos Estudantes de Cimbra no Porto, do TEUC e da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa.
Na Cidade Universitária, no Bairro Alto, no Chiado, no Parque das Nações, e, atravessando o rio, até Almada, o Festival apresentou, as melhores encenações de 24 grupos de teatro universitário, numa extensa programação que incluiu workshops, instalações urbanas, tertúlias, e exposições de artes plásticas e fotografia. Destaque especial para o masterclass orientado por Carlo Boso, um dos mais conceituados encenadores e dramaturgos europeus, especialista em Commedia Dell’Arte. O FATAL 2009 trouxe, também, a Lisboa, a maior participação de sempre de grupos estrangeiros com espectáculos de grupos vindos da Espanha, França, Alemanha e Brasil, um passo decisivo para a internacionalização do Festival.
A Revista FATAL nº2, lançada durante o Festival, incidiu sobre os 10 anos de Festival com a publicação de vários artigos, entre outros, continuando a sua missão de espaço de reflexão e divulgação do teatro universitário e das artes performativas. O Festival terminou com a Festa FATAL & Entrega de Prémios, no Teatro da Comuna, com a presença de diversas individualidades.
O Prémio FATAL 2009, patrocinado pela REN, foi atribuído ao GTIST (Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico), com o espectáculo Agora o monstro, encenado por Gustavo Vicente, a partir de Enki Bilal. O Prémio FATAL Cidade de Lisboa 2009, patrocinado pela Câmara Municipal de Lisboa, foi atribuído ao CITAC, encenado por Vvoitek Ziemilski, com a criação colectiva Reality Show. O Prémio FATAL do Público, patrocinado pelo Instituto Português da Juventude, e destinado a premiar o espectáculo mais votado pelos espectadores, foi atribuído ao TUITI, Teatro da Universidade Internacional para a Terceira Idade, com o espectáculo A Culpa é da Galega!, de autoria e encenação de Carlos Melo. O Júri decidiu, ainda, atribuir Menções Honrosas ao GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Universidade de Coimbra) que apresentou o espectáculo Você Está Aqui; ao GTN (Grupo de Teatro da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), com o espectáculo Atentados, a partir de Martim Crimp e com encenação de Adriana Aboim, ao NNT (Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa), que apresentou o espectáculo As Cidades Impossíveis, encenado por Joana Craveiro, a partir de Ítalo Calvino, e ao TUITI - Teatro da Universidade Internacional para a Terceira Idade, com o espectáculo A Culpa é da Galega!
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O FATAL, Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa, regressou ao Teatro da Comuna de 6 a 28 de Maio de 2010. A 11.ª edição manteve o número de espectáculos (20), face a 2009: 16 espectáculos apresentados no Teatro da Comuna e 4 espectáculos site specific realizados em 4 diferentes locais trouxeram a Lisboa a criatividade e inovação do teatro universitário nacional e internacional. A programação de performances proporcionou, uma vez mais, a interacção com o público já característica do FATAL, levando o teatro universitário a diferentes locais da cidade: 9 grupos e formações (nos quais se incluem as estreias da Escola Superior de Música do Porto e do grupo Piratautomático, do Instituto Politécnico de Leiria) apresentaram um total de 10 actuações em locais como a Praça do Campo Pequeno, os Restauradores, as Faculdades de Belas-Artes e de Letras da UL, e a Praça Luís de Camões.
Na sua programação internacional, o FATAL apresentou, em estreia absoluta em Portugal, os grupos Mamadou - da Universidade de Jaén, Espanha, o Grupo de Teatro da Universidade de Ibn Zhor-Agadir, Marrocos e o Grupo das Escolas de Teatro do Rio de Janeiro – Brasil.
A edição de 2010 apresentou, também, 35 eventos em paralelo, com especial dedicação à formação e à promoção das artes relacionadas com o teatro. Destaque para o sucesso da realização de conferências em torno de temas como a performance e o teatro documental, conduzidas, respectivamente, por Nelson Guerreiro, docente na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, e por Stefan Kaegi, encenador suíço, especialista no teatro documental.
Na Apresentação Pública, o FATAL homenageou uma personalidade incontornável do mundo do teatro universitário: José Oliveira Barata. Integrado no TEUC, Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, enquanto actor e membro da direcção, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e autor de uma vasta bibliografia sobre teatro, José Oliveira Barata é autor do livro Máscaras da Utopia, História do Teatro Universitário em Portugal (edição Fundação Calouste Gulbenkian), um diário de memórias vividas na primeira pessoa dentro e fora dos palcos retratando três décadas de actividade dos grupos de teatro universitário.
A Revista FATAL n.º 3, lançada durante o Festival, destacou o 70º aniversário do TEUC, da Universidade de Coimbra, o 60º aniversário do TUP, da Universidade do Porto, o 30º aniversário do GRETUA, e, ainda, o 20º aniversário do Teatr’UBI, da Universidade da Beira Interior, como contributo para a História do Teatro Universitário em Portugal. O Festival terminou com a Festa FATAL & Entrega de Prémios, no Teatro da Comuna, com a presença dos No Djs Antena 3 e Vj Valise d'Images. O Prémio FATAL, patrocinado pela CGD – Caixa Geral de Depósitos – (no valor de €1500) foi atribuído ao TUP com a criação colectiva Alan, baseada no universo de Tom Waits, dirigida por António Júlio. O Prémio Fatal – Cidade de Lisboa (no valor de €1500) foi atribuído, pelo terceiro ano consecutivo, ao grupo CITAC de Coimbra, com a criação The Hypnos Club, encenado por Rodrigo Malvar. O Prémio do Público, patrocinado pelo Jornal I, foi atribuído ao Teatro da Academia do Instituto Politécnico de Viseu com a peça Europa, a partir S. Mrozeck, encenada por Jorge Fraga.
O Jurí atribuiu quatro Menções Honrosas: ao grupo TEUC com Narrativa Fidedigna da Grande Catástrofe Ocorrida no Teatro Baquet, a partir de um texto de Jaime Filinto adaptado por Rui Pina Coelho, e com encenação de Carlos Marques; GTN com Ensaio Para um Lugar à Sombra, a partir de Platão e outros autores e com encenação de Adriana Aboim; o GTIST foi premiado com Intervalo para Dançar, uma criação colectiva a partir de textos contemporâneos, com encenação de Gustavo Vicente; o grupo de Teatro Andamento apresentou Petas das Antigas, a partir de O Que Diz Molero de Dinis Machado, com encenação de Ricardo Rodrigues.
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